Nascidos em 2016 quando se apresentam pela primeira vez ao vivo para o público, os Zanganitos iniciaram o seu percurso artístico enquanto espetáculo de rua. Na sua origem, os Zanganitos eram a nova criação do colectivo artístico Dream Metaphor mas rapidamente ganharam uma identidade própria e com a criação da Dream Metaphor – Associação Cultural tornaram-se o projeto musical de raiz tradicional da associação.
Durante o ano de 2016 apresentam-se algumas vezes ao vivo em eventos de música folk e tradicional, aproveitando os dias quentes de verão para contagiarem o público e transformarem as ruas por onde passam em pequenos bailes onde todos se divertem com a interação com os artistas.
Ainda em 2016 juntam-se à gaita de foles de Nuno Choupina, à caixa de guerra de Ricardo Canedo e ao bombo de Leonel Ranção, a voz de Susana Pinho e a gaita de foles e voz de Cristina Machado, dando assim inicio a um novo desafio: trazer os Zanganitos de volta a “casa” (o palco enquanto símbolo do espaço interior onde segundo as lendas vivem os Zanganitos). Na Celebração do Solstício de Inverno, a 21 de Dezembro de 2016, esta nova versão do espetáculo é apresentada pela primeira vez ao vivo no Fórum Cultural de Ermesinde. Em 2017 regressam ao evento que os viu nascer: o Entrudo Chocalheiro, onde durante 4 dias animam a festa tanto na rua como no palco. Celebram o Equinócio da Primavera com 2 noites de espetáculo no Auditório da Quinta da Caverneira em Águas Santas – Maia, encerrando assim as Festas de Inverno.
Os Zanganitos são seres fantásticos das lendas portuguesas, são uma espécie de duendes, familiares dos Trasgos e do Fradinho da mão furada, vivem nas casas das pessoas e fazem muitas traquinices.
Na criação artística, tal como nos espetáculos, os Zanganitos têm por objectivos a pesquisa, a divulgação e reinterpretação das tradições, dos ritos, dos rituais e lendas portuguesas que fazem parte do nosso património cultural. A busca das raízes culturais e o imaginário ligado aos rituais pagãos do Solstício de Inverno, das festas dos rapazes, dos caretos, mascarados e chocalheiros da Península Ibérica e dos países do norte da Europa são a principal influência e fonte de inspiração dos Zanganitos. Estas influências refletem-se tanto a nível musical pelo reportório tradicional português recuperado e reinterpretado à luz dos tempos modernos, quanto a nível da estética de cena do espetáculo, especialmente pelos figurinos e caracterização adoptados. Procura-se reinventá-los mantendo-os assim vivos, tal como deve ser a cultura e a arte, e não “peças de museu” quase intocáveis que parecem perdidos no tempo. Não deixar morrer as memórias, manter as raízes e ao mesmo tempo fazer delas um património cultural atual e do tempo presente, para memórias futuras.